A ARMA DO HOMEM COMUM

As cidades ficam desertas após as eleições. Não há mais necessidade de reuniões e acabam-se os tumultos. Os poderosos abandonam as ruas e os campos de batalhas ficam vazios. Não existe mais luta, mas as marcas desses duelos ainda vão continuar por muito e muito tempo. As sujeiras nos muros, as faixas e cartazes rolam no chão e na lama fotos de candidatos misturam-se ao lixo e só comprovam que ali aconteceu uma guerra imunda. Não existem mais brigas, insultos, acabaram-se as “baixarias” de uma politicagem inescrupulosa. Os panfletos, que antes eram armas poderosas, perderam o seu poder de fogo, de repente voltaram a sua função de papeis comum. Acabaram-se também os enormes sorrisos. Não há mais necessidade de tanta hipocrisia. Chega de abraçar as criancinhas pobres no meio da multidão; de apertam as mãos de pessoas miseráveis. As máscaras podem ser retiradas, mas serão atirados ao lixo, certamente, serão usadas novamente daqui a quatro anos. O voto é a única arma do homem comum, mas ele não sabe usá-la. Somente em um país sem memória um político corrupto, consegue se eleito várias vezes e ainda assim, conseguir a confiança do povo.

Por Osana Rocha, do Nísia Digital.

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