Dívidas da Prefeitura de Mossoró e Governo do Estado podem fechar Centro de Oncologia segunda-feira

Pronto-Socorro deixará de funcionar nesta quinta-feira A Prefeitura de Mossoró e o Governo do Estado devem ao Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM) mais de R$ 1 milhão 700 mil, referentes a serviços e procedimentos médicos realizados nos meses de fevereiro e março de 2016.

 Com a retenção dos recursos do Sistema Único de Saúde, o hospital enfrenta enormes dificuldades para manter os serviços de tratamento do câncer. Diante do cenário, o COHM fecha o seu Pronto-Socorro, já a partir desta quinta-feira, 7 de abril.

 “Estamos sem condições de atender a população, sem receber os recursos do SUS”, anuncia Cure. A situação, porém, poderá se agravar ainda mais, porque o hospital poderá paralisar todos os serviços já na próxima segunda-feira,11. O serviço de radioterapia também poderá fechar.

 A situação está insustentável. Além do atraso nos pagamentos, ainda convivemos com outras distorções, como o não pagamento do plus aos médicos de Mossoró. Todos os meses, o Governo do Estado repassa à Prefeitura de Natal R$ 6 milhões de plus, adicional de 150% sobre os valores pagos pelos SUS aos médicos, sem falar na diária de UTI de R$ 1.500,00, em Natal, contra a de R$ 450,00 em Mossoró. Chegamos ao limite. Só nos resta parar nossas atividades, reitera Cure Medeiros.

 Começa a faltar medicamentos e os salários dos funcionários já estão atrasados, conta o médico José Cure de Medeiros, diretor do COHM. Segundo ele, a dívida da Prefeitura com o Centro de Oncologia é superior a R$ 800 mil. Do total, R$ 505 mil são dos serviços, médico e hospital, prestados nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, e R$ 300 mil parcelas de acordo judicial, em aberto.

 O acordo, explica Cure de Medeiros, refere-se à quitação pela Prefeitura de débitos com o hospital relativos a 2014. Se não bastasse o atraso da Prefeitura, o Governo do Estado segue a mesma linha, atrasando repasses do SUS. “A dívida do Estado já é de R$ 900 mil”, enumera Cure, destacando que R$ 808 mil são verbas do para pagar os serviços de quimio e radioterapia, nos meses de janeiro de fevereiro.

 O Estado deve ao COHM R$ 391 mil de janeiro, R$ 417 mil de fevereiro e R$ 100 mil referente à produtividade de dezembro de 2015, retida em 15%. Em que pese à orientação dada pelo governador Robinson Faria, o secretário estadual da saúde, Ricardo Lagreca, tem ignorado a crise na oncologia de Mossoró e evitado a regularização das pendências financeiras do governo com o Centro de Oncologia.

FONTE: O MOSSOROENSE 

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