Robinson demonstra otimismo, mas cenário é de grande incerteza

Robinson_Faria_bsb_370  O Brasil vive uma tempestade perfeita nas contas públicas: União, Estados e municípios não fecham suas contas. O país anda quebrado. O momento recessivo da economia brasileira e as turbulências externas de um mundo globalizado pioram o cenário de incertezas.

  Segundo informou o secretário de Planejamento Gustavo Nogueira, em entrevista ao portal nominuto na semana passada, as receitas do tesouro estão dando apenas para cobrir folha, duodécimo dos poderes, precatórios e serviço da dívida. Sobra pouco para custeio e quase nada para investimento.

  Aliás, Gustavo Nogueira foi taxativo: a capacidade de investimento do Estado do Rio Grande do Norte é zero.
  O governador Robinson Faria se mostrou mais otimista. Ele espera contar com recursos do governo federal para tocar obras na grande Natal (pró-invest e pró-transporte), e ainda sonha com o empréstimo do Banco do Brasil para tocar obras no interior do Estado (mas o ministro Joaquim Levi já disse que não libera empréstimo para nenhum ente da federação).
  
  Robinson fala em alternativas para evitar o caos financeiro do RN, como ocorre hoje no Rio Grande do Sul. Ele vai usar recursos dos depósitos judiciais, em negociação hoje em 10 Estados, e pretende vender a conta para receber a dívida ativa.

  Além disso, o governador potiguar conta com o crescimento da arrecadação, e a cobrança de dívidas fiscais de empresas.

  Pode ser suficiente, pode não ser. O quadro é de incertezas. Hoje, o governo não tem garantia de pagamento da folha de setembro, e não sabe quando vai devolver o dinheiro que retira do fundo previdenciário. Ontem, no Palácio Jaburu, casa do vice-presidente da República, Michel Temer, seis dos sete governadores do PMDB desfiaram um rosário de queixas: eles estão com dificuldade para pagar servidores, fornecedores e não têm capacidade de investimento. Como se vê, o Rio Grande do Norte não está sozinho no mar turbulento das contas públicas.

POR DIÓGENES DANTAS

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