Por Silvério Alves
Há cerca de 20 anos passados, na sua luta pela construção das adutoras, Monsenhor Expedito tinha como maior objetivo levar água de boa qualidade de onde tinha pra onde não tinha, visando matar a sede da população interiorana que não possuía o precioso líquido pra beber. O nosso Profeta das Águas dizia o seguinte: "Daqui há 30 anos a água boa vai ser muito escassa e será comprada a preço de ouro".
Bem antes do tempo previsto pelo Monsenhor, sua profecia já está se cumprindo. Na última quinta-feira (22), por ocasião da reunião mensal dos diretores das DIREDs, em Natal, o blogueiro perguntou a um colega de Pau dos Ferros, cidade importante do oeste potiguar, como estava sendo a situação de água por lá. Ele me respondeu: "A situação está difícil, pois estamos comprando água a preço de ouro (bastante cara) em Apodi".
Essa triste e assustadora realidade também está acontecendo em outras regiões do Rio Grande do Norte e do Nordeste, onde o carro pipa vem sendo a única e precária solução (ninguém sabe até quando) para socorrer os sedentos.
Recentemente, o senhor Antônio Teófilo, presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores, promotora da Festa do Boi, em entrevista ao Jornal Tribuna do Norte fez um grave alerta. Disse ele: "Em vários lugares o gado já está morrendo de sede. A partir do próximo ano, poderão ser os humanos".
Portanto está mais do que na hora da classe política, dos governantes, da sociedade organizada... deixar do "blablablá" secular (em determinados casos dos interesses particulares e politiqueiros) e unir forças suprapartidárias na busca de uma urgente e concreta solução para um grave e gritante problema que se arrasta há seculos no semi-árido nordestino.
O Profeta das Águas, Monsenhor Expedito nos ensinou como fazer; falta-nos, agora, a vontade necessária para por em prática.
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